quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Entre o crer e o desconfiar

Entre o crer e o desconfiar, prefiro o desconfiar, pois me permite a curiosidade de buscar, de estudar, de pesquisar, de simular, de experimentar, de aprender e de pensar por mim mesmo, de forma lógica, racional e crítica, sempre de mãos dadas com algum ceticismo. Isto não significa que não tenho crenças, todos as temos, simplesmente porque é uma impossibilidade humana tudo conhecer, mas significa para mim que devo ter sérios cuidados com elas.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A voz da loucura

A voz da loucura bate diariamente a minha porta que ousa nunca se fechar. Sons dispersos buscam me fazer roer parte do que sou, pela vitória dos que não conseguem ser. Rolo ladeira acima, empurrado pelos ventos do desespero, aqueles mesmos ventos que me envergonham por ser eu da mesma espécie daqueles que sopram ferozmente segregação sem nenhuma fonte de vergonha, daqueles que trovejam exclusão, daqueles que em nome do santo poder e da gloriosa riqueza se cobrem de glamorosa vaidade que mais os fazem exemplos do que não poderia um humano ser.

Quase nada têm a dizer


Muitos, quase nada têm a dizer, porque quase nada fazem, quase nada pensam por si mesmos, quase tudo repetem ou aceitam, e finalmente quase nada têm a falar, porque quase nada ousam e quase sempre se omitem.  

Promessa utópica

Não gostaria que me entendessem mal. Sou casado e respeito a convenção, legal ou cultural, do casamento. O meu texto não será nada contrário ao casamento em si, enquanto livre opção de seres humanos pelo viverem juntos, de forma oficial ou legal (pois que é possível viver junto sem o casamento), pois que respeito muito esta decisão, aquela de construir um relacionamento formal, legal, saudável, respeitoso e amoroso, sejam eles e/ou elas quem forem. Este texto provocará apenas a imagem utópica de que apenas porque houve a decisão mútua de casarem-se, em especial em um casamento formal, esta ligação amorosa será indestrutível.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Impaciência


É a mais pura verdade que minha paciência tem diminuído. Não sei se é coisa da idade, se é culpa do próprio viver, se é algum problema mental ou físico, mas o certo é que minha paciência tem diminuído.

Quanto mais entendo que amo a vida, menos consigo entender os homens.

O pensamento

O pensamento somente possui força, se transformado em atitudes, em exemplos de viver, e em forma de transformar o que aqui está.

Como a lua, temos faces


Como a lua que possui uma “face” sempre livre para ser observada diretamente por nós, e uma “face” que ousa ficar da maioria absoluta de nós escondida e oculta, nós mesmos, muitos de nós, também possuímos duas “faces”, talvez até mais de duas, uma é aquela que todos veem, que tornamos consciente ou inconscientemente (parte consciente e parte inconsciente) pública, disponível a todos, outra (ou outras) face(s) mantemos escondida da sociedade (consciente ou inconscientemente), as vezes até mesmo escondida de nós próprios. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Encontre-me... Entenda-me


Encontre-me, também pelo que falo, mas nunca só por isto. Encontre-me mais pelo que penso, pelo que sinto, pelo que sou, e principalmente pelo que faço.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sou louco, talvez mais do que um pouco

Sou louco, um pouco, talvez mais do que somente um pouco. Com certeza sou louco por aceitar muito do que vejo. Sou louco na útil loucura que o sistema deseja e induz, na loucura da omissão, na loucura de aceitar o estado econômico-político que catequiza e anestesia nossa revolta humana pela pregação de uma ilusória esperança, pela aceitação, e pela crença de que alguém está vendo tudo e no controle para que reserve um amanhã de dignidade, aqui ou lá fora, agora ou em alguma vida futura, para todos os que agora sofrem, bem como guarda o inferno para aqueles que hoje fazem irmãos sofrer.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Não sou, e nem...


Não sou tudo o que deveria, e nem deveria ser exatamente tudo o que sou.

Não sou tudo o que quero, e nem quero exatamente tudo o que sou.

Se é bem verdade

Se é bem verdade que o amor oxigena a alma, é verdade também que a razão a alimenta e dá sustentação ao ser (pelo menos até onde a razão pode ser aplicada), que o saber revigora o espírito, que o conhecimento fortalece o caminhar, que a ciência responde algumas importantes indagações do viver, mas que somente uma postura de análise crítica pode nos ajudar a responder muitas outras questões, mas sem esquecer que somente o método científico abre realmente nossa mente e nos permite refutar ou validar por experimentação, e tudo isso temperado com boas pitadas de ceticismo.

Não sou como a neve que cai

Não sou como a neve que cai
Bela e fria
Não sou também como o sol que brilha
Belo e quente
Sou normal
Nem tão belo
Nem tão frio
Nem tão quente
Realizo a média dos seres
No mundo das médias

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Pensamento não é ação

Pensamento não é ação, não obstante qualquer ação com o mínimo de consciência requerer algum nível de pensamento. O Pensamento emerge de operações bioquímicas de nosso cérebro, mas a mente por si só também, assim gostaria de definir, pelo menos no escopo deste texto, o que me refiro a pensamento: é uma atitude não meramente instintiva, não meramente operando no submundo de nosso inconsciente, e sim aquele comportamento mental, que tendo sempre sua origem no universo secreto, protegido e desconhecido do inconsciente, é tornado público a, pelo menos, um dos seres mentais que habitam nossa mente, e assim passamos a ter conhecimento (nem sempre) “claro” dele, e até mesmo acreditamos ter total domínio sobre ele. Pensamento, assim, seria um subconjunto, pequeno diria eu, que inclui aquelas operações mentais que se nos tornam conhecidas, conscientes, ou sobre as quais acreditamos ter algum nível de controle, comparado com o universo de todas as operações mentais que ocorrem enquanto vivemos, e que chamamos de genericamente de mente.

Passado


Não se agarre ao passado, mova-se no presente.

Não venere o passado, construa o futuro, realizando o presente.

Não assuma que o que deu certo no passado dará certo no presente, ouse pelo agora e pelo futuro.

Reinvente-se

Reinvente-se continuamente ou pereça em plena mesmice do que você já é, sem se permitir caminhar pelo que ainda pode ser, e que com boa certeza poderia vir a ser. Reinvente-se continuamente ou seja sempre você, o mesmo você que você já foi um dia e que continua a ser todos os dias. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Excluídos

Como socialista, é mister lutar não somente no cunho econômico, contra este neoliberalismo econômico, mas contra também o estado político dominante, que reflete os interesses dominantes do poder econômico, onde este poder dita as normas e perpetua a mesmice, pois é a mesmice política que interessa ao poder neoliberal de um estado omisso e fraco quando o assunto é controlar a economia, ou todas as atrocidades capitalistas, mas que seja forte na repressão quando qualquer mínimo ataque ao estado dominante seja tentado.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Distante de mim mesmo


Por mais montanhas que precise cruzar, existe um abismo imenso a ser transposto entre o eu que penso que sou e o eu que realmente sou. Imensos oceanos bravios ainda separam o eu que gostaria de ser do eu que a maioria das vezes sou. 

O mal não está no inferno



O mal não está no inferno, está no coração desumano de muitos de nós, sejamos ateus, agnósticos ou religiosos. 

Somos equilibristas desequilibrados

Somos equilibristas desequilibrados em nossa angustiosa experimentação do viver, pois que no fundo nos vemos superiores ao resto da natureza, quer seja pela visão falaciosa de sermos uma criação de algum ser transcendente, que nos teria feito a sua imagem e semelhança, mas que por sua benevolência nos deu o livre arbítrio de podermos humilhar, ofender, destruir e desumanizar sua própria criação, ou seja também por nos vermos como o auge da perfeição evolutiva, pela também falaciosa crença de que a evolução busca alguma perfeição.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Somos


Somos o inconsciente, que o consciente relega ao relento do quase nada, ou de outra forma, somos o inconsciente que o consciente é impossibilitado de perceber pela própria forma de ser de nossa mente inconsciente. 

Ilusão


Iludimo-nos quando cremos que o cérebro enxerga tudo o que os olhos veem.

Indução não é prova de nada

Indução não é prova de nada, pode ser, e muitas vezes é, alvo para uma análise mais profunda, algo a ser mais racionalmente estudado, porém continua sendo por si só prova alguma de verdade, entretanto no dia a dia, em nossa relação diária do viver em sociedade, talvez seja um atalho para a frustração e a mentira. Ser induzido é uma das coisas que mais acontecem conosco, e de bom grado e falsa certeza acreditamos que estamos no caminho da verdade com mais uma indução.

Em geral, somos iludidos que se acham capazes de saber onde a verdade está.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Seria justo viver...

Você acharia socialmente justo viver em um país onde cerca de apenas 5 mil famílias concentrassem algo em torno de 46 por cento de toda a riqueza produzida no país, e onde 50 por cento de toda a população deste pais (os 50% mais pobres) detivessem apenas e tão somente 15 por cento desta mesma riqueza nacional?

Você acharia justo...


Você acharia justo viver em um país onde vivam cerca de 12 milhões de trabalhadores rurais sem terra, e onde 56 por cento de toda área desta nação estivesse nas mãos de cerca de apenas 3,5 por cento de proprietários rurais, e onde a religião dominante pudesse ser uma grande proprietária de terras e de patrimônio, e onde religiões não dominantes fossem assim mesmo também grandes proprietárias de patrimônio?

Criança... Não a criança marketing


Criança... Não a criança marketing, criança mercado, ou a criança alvo econômico, mas a criança ser vivo em desenvolvimento, aquela ansiedade por ser, por aprender e por simplesmente viver. Criança que se perdeu em nós ao longo do nosso viver.

A evolução e o quase acaso me permitiram ser eu


Eu sou exatamente aquilo que você nunca poderá ser, EU; independente do como você é ou do como venha a ser. Eu sou eu, sendo a cada instante um pouco diferente do que já fui, mas somente eu posso experimentar o ser que emerge de meu cérebro, na funcionalidade de minha mente. Eu também nunca poderei ser você, por mais que tente ou que me esforce, somos únicos na unidade dos muitos que nos compõem.

Natureza, um livro aberto


A mais forte das tempestades é, mesmo assim, impotente para por fim ao sol, ela apenas o consegue esconder de nós. A mais forte de nossas tempestades, é nada, frente a mais fraca das tempestades solares, e o sol, majestoso como só realiza seu existir em inimaginável quantidade de poderosas tormentas. Nem a noite, em seu mistério, beleza, e poder, consegue por fim ao sol. Mas mesmo o sol, em sua efusão de luz e gravidade, tem seus dias contados.

Toda percepção é subjetiva


Batendo a porta do céu universal, como descendo as escada para esta terra, quanto lá quanto cá, tudo é real, tudo é imanente, mas nada podemos diretamente perceber como real, tudo nos é percebido, independente da realidade da existência e da realidade do que nos faz ser, de forma subjetiva.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Amigo

Amigo não é muleta, amigo não é investimento para o futuro, amigo não é mera companhia, amigo não pode ser nossa força, amigo não existe para ser conivente comigo e nem maquiador de meus erros, amigo não pode viver a minha vida, amigo não deveria ser nada disto, podendo ser um pouco de tudo isto e muito mais, não por causa de cada uma destas situações em si, mas porque amigo é simplesmente Amor em forma de amizade, talvez a mais pura forma de amor, depois do amor aos nossos filhos, mas tem de melhor, que de nosso diretamente nada possui. 

Ninguém é senhor de nada


Ninguém é senhor de nada. Não somos sequer senhores de nós mesmos, nem de nossa vida, nem de nossa morte e nem de nossa memória somos senhores.

Acreditar, desejar e saber


Entre o acreditar e o desejar, o melhor é buscar o saber, é tentar o conhecimento.

Prefiro o termo Evolução, ao termo Darwinismo

Pessoalmente não gosto muito do termo Darwinismo, para uso comum, no lugar do termo evolução, personaliza algo que é por si só lindo e natural. Quero deixar claro que sou um evolucionista ferrenho, que adoro Darwin, que respeito toda a sua criação, sua coragem, sua perspicácia, e sua brilhante leitura do como, de um estado sem vida, pudemos chegar ao estado de variedade enorme desta mesma vida. Então porque minha certa defesa quanto ao uso corriqueiro do termo darwinismo?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Eu amo - Eu minto

Do:

Eu amo.
Tu amas.
Ele ama.
Nós amamos.
Vós amais.
Eles amam.

    Deriva o:

164 milhões de pessoas com fome na América Latina

Em notícia publicada em 06 de dezembro de 2013 por um jornal de grande circulação, apenas na América Latina, existem 164 milhões de pessoas com fome (27,9% de toda a população passa fome), destas, 68 milhões (11,5% de toda a população) encontram-se em situação de extrema pobreza ou indigência (estes termos não são meus), e a má notícia continua, o número total de indigentes cresceu. A notícia foi divulgada pela CEPAL, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

870 milhões - Fome pelo mundo

Não dá para não escrever, peço desculpa a aqueles que não se veem como culpados, desculpa também a aqueles que defendem o sistema neoliberal, mas não dá para não me revoltar. O meu sangue ferve e o meu eu se enjoa de vergonha. A informação não é minha, a fonte é a ONU: 870 milhões de pessoas passam fome no mundo; metade de toda a população do Iémen passa fome, ou está sob ameaça de cair em fome. Apenas como referência, o Brasil possui cerca de 200 milhões de habitantes, em uma conta ridícula de fácil, mais de quatro populações brasileiras passa fome, cerca de uma em cada sete pessoas no mundo padece da fome: acorda, vive e volta a dormir com o flagelo e a dor da fome.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Poucas certezas

Sou uma mistura de realista, naturalista e secular, sou também um pouco cético, empirista e humanista, amo assim o imanente, a realidade e a vida. Cabe lembrar que em minha interpretação, a matemática, o pensamento, os sentimentos e as emoções, não são menos reais, pois que em última análise, mesmo que pareçam abstratos, emergem diretamente, de processos não menos físicos, químicos e biológicos, em pleno circuito cerebral.

A transformação social

A transformação social passa por uma verdadeira reconstrução humana, pela revolução do eu, pela insurreição do ser contra o egoísmo e a individualidade como razão de ser do que aqui está, e pela miscigenação destes seres, reconfigurando o eu sou pelo nós somos, sem aniquilar o indivíduo, mas fortalecendo o coletivo e o universal, minimizando, porem sem destruir jamais, os valores do pessoal, permitindo assim que a autoestima ganhe ares sociais, que o amor próprio ganhe ares de coletivo, em geral pelo reconhecimento de que nosso auto reconhecimento como humanos sempre passará pela descoberta e pela realização de que somos intrinsecamente seres coletivos, em nossa plena individualidade.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pelo aqui e pelo agora

Se o silêncio fosse sinal de sabedoria, os mudos seriam uma espécie de benção sábia neste mundo, e nem uma e nem a outra sentença são por definição verdades absolutas. Há momentos em que o silêncio pode falar muito mais verdades do que mil palavras, há mudos que possuem certa sabedoria (porque não creio em sabedoria absoluta), mas as duas assertivas não são, por si só, salvaguardas de saber ou de verdadeira humanidade. Quanto a isto eu costumo brincar que se silêncio fosse sinal de sabedoria eu tinha um gato que deveria ser muito sábio, pois que foram muito poucas as vezes que tive o prazer de ouvir seu miado. É público e notório que não creio em sábios absolutos, e que por definição não confio em quem se defina como sábio, desta forma acho um pouco, talvez muito, artificial a imagem e o sentido comum construído e atribuído aos sábios, entendo que esta imagem está errada, independente de quem e de quantos digam o contrário, mas estou aberto a alguma melhor explicação que possa fazer mudar meu ponto de vista.

Crer ou descrer

O que eu acho ou o que eu acredito não pode e não deve direcionar os fatos. Para um ser humano minimamente racional, são os fatos, as evidências, e as comprovações que devem direcionar, alterar ou construir (muitas vezes com destruição e reconstrução) o que eu acho, o que eu acredito e o que eu sei.

O respeito é tudo

Amar é lindo, é digno e também natural, parece fácil, mas entendo ser algo de enorme dificuldade.

Existem dias

Existem dias que acordo mais social, têm outros dias que acordo mais revoltado, mais rebelde, outros dias acordo mais científico, outros ainda, mais racional, e outros ainda em que acordo mais amável. Vários são os dias em que acordo mais azedo, e infelizmente outros ainda em que acordo mais conivente, omisso, preguiçoso ou mesmo mais prepotente, mas todos os dias acordo um mix de social, revoltado, científico, racional, rebelde, amoroso, conivente, preguiçoso, omisso, vaidoso, prepotente, e (des)esperançoso, fazendo com que a felicidade e a infelicidade, a alegria e a tristeza, a dor e a tranquilidade, o sofrimento e a paz, a felicidade e a infelicidade, a humanidade e a desumanidade flutuem em pontos variáveis entre os seus respectivos extremos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Biografia não autorizada

Somente teme biografia não autorizada aquele que tem vergonha ou medo de algo em seu passado, e assim faz esforço para esconder isto. A única obrigação que creio ser importante na publicação é identificar que é uma biografia não autorizada. É uma pena que ninguém queira fazer uma biografia não autorizada minha, não tenho vergonha de meu passado, por isto não tenho o que temer. Se falarem a verdade, tenho que aceitar, se mentirem posso processá-los, se me ofenderem ou me constrangerem, posso também processá-los.

Acredito em coisas que não sei

Eu acredito em coisas que não sei, mas eu não acredito naquilo que sei.


Mesmo para crer naquilo que não sei, busco mínimos que sejam indícios e evidências, mesmo que superficiais, buscando certa aderência racional ao que conheço, e me obrigo certa análise crítica para que possa crer sem me perder em impossibilidades lógicas, ou inconsistências com o que sei. Crer é diferente de saber, mas crer jamais pode ser independente e incompatível com o que já conhecemos e sabemos. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Não consigo ter fé

Não tenho fé porque ela implica acreditar em algo sem evidência alguma, significa esperar algo sem necessariamente nenhum motivo para aceitar que o esperado possa chegar, A fé implica em algum nível de esperança em algo externo a nós mesmos, coisa que larguei pelo caminho da vida. Tenho crenças, impossível pelo que entendo viver sem elas. Tenho crenças, mas mesmo elas as tenho porque acredito possuir se não algumas evidências, tenho indícios e princípios algo críticos e coerentes com o que sei para apoiar tais crenças.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Independente do ser nada sou


Independente do ser, nada sou, contudo independente do ter (no sentido de posses externas ao meu ser), sempre poderei ser. Independente do ser, sou matéria bruta, posso até ser um ser vivo, mas nada mais do que isto poderei ser. Independente do ter, continuo sendo a emergência do que meu circuito neural possibilita, podendo assim ser plenamente.

Meu último corpo


Meu último corpo, que é também o primeiro, é assim o único. Ele não é “meu” corpo, mas sim, é um só, comigo. Na verdade eu não “tenho” um corpo, eu sou o meu corpo. Os “eus” que eu sou, meus seres, somente podem existir porque é o corpo que os permitem existir.

A dor de um semelhante


A dor de um semelhante, qualquer um, ou mesmo de um animal, não pode ser somente um evento externo, alheio ao nosso ser e ao nosso existir, não pode passar imune e impune a nossa realização do viver.

Quando presenciamos dor, sofrimento, miséria, fome ou pavor, e este fato se nos parece apenas externo ao nosso ser, estamos muito longe de nossa humanidade, estamos afastados daquilo que deveria nos identificar como seres sociais.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Castelos ao vento

Castelos ao vento, fantasias do que não somos, e histórias criadas para iludir o abandono de nossa humanidade, isto é um pouco de nossa realidade. De pé, sem chão e sem teto, cercado por paredes invisíveis, porem não menos reais, que segregam, que excluem, que (pré)conceituam, que sufocam, mas que nos escondem de nós mesmos, que nos domesticam pelo que o poder de nós deseja e pelo comportamento que o sistema de nós espera, e que nos afasta daquele humano que poderíamos ser. 

Piada de mau gosto

Viver cada vez mais se parece com uma piada de mau gosto, uns porque sofrem, outros porque oprimem, uns porque sobrevivem como podem, outros porque esbanjam o que falta a muitos, uns porque se omitem, outros porque induzem a omissão, uns porque tem medo do poder, outros porque fazem do poder uma máquina de impingir terror, uns porque creem e outros porque se aproveitam das crenças, uns porque tem fome e outros porque vivem e se enriquecem com a fome de muitos, uns porque são excluídos socialmente e outros porque excluem socialmente, uns porque vivem oprimidos e outros porque oprimem, uns porque vivem explorados e outros porque exploram, uns porque mentem e outros porque mentem também, e finalmente uns porque tem esperança, e outros porque mentem que a esperança é necessário.

Cada ser humano

Cada ser humano é único em sua multiplicidade de seres, em sua complexidade cerebral, fazendo assim de seu espírito mental algo próprio e inerente a cada um ser humano. Assim somos semelhantes sendo únicos e deveríamos ser individuais sendo coletivos.