quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Eu não vivo porque sou

Eu não vivo porque sou, mas eu sou porque vivo. O viver sempre precede o ser, ninguém é ou pode ser, sem viver. O ser e o viver são ambos naturais, entretanto, para ser, para ser algo mental, e não mera composição de matéria natural, preciso viver. Por sorte um morto também é, mas é apenas um corpo material desprovido de mente. A tentação é enorme para falar um corpo sem vida, mas mesmo naquele corpo morto, enquanto se decompõe existe uma profusão de vida bacteriana, talvez mesmo alguns vermes e etc., mas com certeza não há nele nenhuma vida que poderíamos definir como humana, não há nele nenhuma existência do ser que ele foi, pois que a morte simplesmente pôs fim a qualquer existência deste ser.