sábado, 9 de abril de 2016

Nem sempre agimos

Nem sempre agimos conforme somos, entretanto não existem desculpas que justifiquem sermos diferentes do que agimos.

Ser (ou crer-se que é) e não agir conforme somos é no mínimo um estado de inconsequência, irrealidade e omissão. Agir acreditando que não somos conforme agimos é mais do que se iludir, é crer ser possível se esconder por detrás de desculpas que agimos apenas por forças externas, e que no fundo somos o que não agimos, mas em verdade, somos o que fazemos sendo responsáveis tanto pelo que fazemos quanto pelo que não fazemos e que deveria ter sido feito.

Podemos brincar, podemos mentir, mas se agimos, agimos por que no fundo somos um pouco (ou mesmo muito) do que agimos.


#razaocritica
#razãocrítica
#razao

segunda-feira, 28 de março de 2016

No fio do nada

No fio do nada, quase nada somos, e nada mais podemos ser, do que apenas um eterno equilibrista no interminável momento presente, entre o nada que já fomos e o nada que um dia seremos.

Sou um quase nada na existência infinita do complexo real. Sendo eu também complexo e múltiplo, sou assim não menos real e ilusório, em todos os múltiplos seres que me compõem. Sendo o real tudo o que existe, no fundo construo uma ilusão pessoal, reflexo da subjetividade do que percebo mentalmente.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A maior batalha

A minha maior batalha, aquela que me incomoda mais não conseguir vencer, é contra a desumanidade, é assim também, e principalmente, uma batalha muitas vezes ingrata contra mim mesmo.

Dizer que luto pela honra e glória do amor é já estar sendo pedante, prepotente, presunçoso, vaidoso e mentiroso. Não luto por nenhuma honra e glória, nem de mim mesmo, e nem de ninguém. Travo uma batalha social, e uma guerra mental contínua entre alguns dos que sou e outros que sequer conheço. A desumanidade me envergonha. A desumanidade me enoja, nos outros, e muito mais ainda em mim mesmo. A revolta contra a desumanidade cresce, entretanto mais lenta do que gostaria.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Nenhum amparo

Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
Nossa humanidade se esvai por entre sorrisos e descaso.
Deixamos de sofrer pelos desafortunados.
Eximimo-nos de culpas ou responsabilidades.


Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
O nosso silêncio frente ao sofrimento alheio é prova cabal para a desumanidade que nos invade.
A nossa inação frente ao que aqui está é prova plena de que quase nada mais nos revolta.
Pareço perdido.
Queria sofrer.
Teria que sofrer.
Porém praticamente não mais sofro pela miséria alheia.
Ou sofro tão pouco que não me lanço em revolta por uma transformação forte.

domingo, 31 de maio de 2015

Inação

A inação é um bom caminho para o descontrole humano e o desarranjo social, talvez o mais simples caminho. A entropia natural do viver leva a uma crescente desordem social, via uma desordem humana crescente que faz acontecer. Sem o investimento e o gasto de energia de vida, o estado de desordem humana tende sempre a crescer.

A desordem social e humana necessita de energia do viver, pela potência humana de que somos capazes, para ser revertida, bloqueando assim o seu progresso, onde somente a ação, o fazer, o construir, o tentar, o buscar, o procurar, o estudar, o analisar, o racionalizar, o se doar, e o se empenhar comprometida e responsavelmente, podem reverter o caminhar natural para a desordem.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Frutos da evolução e nichos ecológicos

Frutos da evolução, sou apenas mais uma espécie. Por que seria especial? O que, a menos de alguma vaidade e prepotência, me faria me ver como melhor ou superior? Humanos e não humanos, crentes e descrentes, iguais e diferentes, animais e vegetais, todos conheceremos a morte, todos nascemos, todos sofremos por doenças, todos temos os mesmos componentes genéticos, mais ainda, e talvez por isto mesmo, todos temos a mesma básica biologia, e respeitamos as mesmas “leis” naturais, sejam elas biológicas, químicas ou físicas.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Caos

O caos dialoga comigo todos os dias. Eu respondo que nada existe de mais maravilhoso do que a vida em sua essência, que do aparente caos físico superou a química pela excelência da biologia. Como não me curvar ao belo encanto daquele aparente caos cerebral, onde trilhões de conexões complexas trocam sinais por meio de potenciais elétricos e permite a emergência de nossa mente.

domingo, 17 de maio de 2015

Religião


Entendo religião como um conceito genérico, que engloba sob uma única palavra, diferentes estruturas e conceitos, dogmas e princípios, filosofias e gêneses. Neste texto me aterei a não tecer comentários defendendo ou criticando uma ou outra religião, apenas me posicionarei contra uma posição, também geral, que ouvi hoje, e sobre a qual não consigo aceitar como verdadeira, qual seja, a de que todas as religiões, no fundo são iguais, e veneram um mesmo deus.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Desarrazoado

O uso da razão sem um fim primário na dignificação da humanidade e no respeito à essência da vida (o uso frio da razão sem o contraponto do amor), nos faz irracionalmente desarrazoado, o que tem muito a ver com o animal irracional que a realidade existencial continuamente ousa nos mostrar como somos. Homo sapiens sapiens em gênero, homo demens na realização de nossa desumanidade natural, e homo degradandis na forma como somos arrogantemente destruidores do natural, entendo que a mais simples definição seria homem besta (como se referia Nietzsche ao dizer que as igrejas buscam construir uma nova moral com a pretensão amansar o homem besta que nos habita). Razão e amor se completam, amor e razão se beneficiam, o amar necessita da razão, assim como a razão necessita do amor.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Beleza

A beleza é uma qualidade secundária, ela existe segundo nossos filtros mentais, sendo assim recoberta de detalhes inconscientes, e até mesmo de preconceitos. É verdade que a beleza agrada a mente, mas mas jamais pode a beleza, ou a sua sensação, ser confundida como sinônimo de verdade, de justiça ou de dignidade. Cuidado especial quanto a indução natural de que o que é belo, seja simples, correto, digno ou verdadeiro. A verdade, para sê-lo, não precisa em nada ser bela, existem verdades aterrorizantes, mas que não deixam de ser verdades. O justo, igualmente, não precisa ser belo. A justiça muitas vezes parece até feia, mas o conceito de ser justo, sendo também uma qualidade secundária, é variável e mutável, mas deve ser mais importante que ser belo. O que eu acho importante entender é que nada, em si mesmo, é belo ou feio, seja uma pessoa, um animal, uma coisa, ou mesmo uma ação, a beleza não é um atributo primário de nada disto, para ser mais direto a beleza não é atributo primário de nada. Entendo que não gostamos de algo porque seja belo, e sim o oposto, por que eu gosto é que acho belo. Exatamente por isso, devemos estar atentos para não nos deixarmos levar pela sensação de beleza (ou de feiura) em nada, devemos primeiro nos criticar sobre o porque achamos aquilo belo, ou por que achamos algo feio, pois que podemos estar sendo guiados por preconceitos, por costumes, por cultura, ou por interesses.