sexta-feira, 19 de junho de 2015

Nenhum amparo

Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
Nossa humanidade se esvai por entre sorrisos e descaso.
Deixamos de sofrer pelos desafortunados.
Eximimo-nos de culpas ou responsabilidades.


Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
O nosso silêncio frente ao sofrimento alheio é prova cabal para a desumanidade que nos invade.
A nossa inação frente ao que aqui está é prova plena de que quase nada mais nos revolta.
Pareço perdido.
Queria sofrer.
Teria que sofrer.
Porém praticamente não mais sofro pela miséria alheia.
Ou sofro tão pouco que não me lanço em revolta por uma transformação forte.


Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
Nenhum amor.
A humanidade se esvai.
A humanidade é cada vez mais uma lembrança do que poderíamos ter sido.
Entregamo-nos, sem revolta ou ousadia, a omissão de nossas responsabilidades.
Nossa humanidade é reles sombra do que deveria ser nossa marca.
Fica o vazio de um ser alienado.
Nenhum amparo.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.


#razaocritica

#razãocrítica

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